Era uma vez uma garotinha que nunca havia conhecido o amor, até que seu coração foi partido por um garoto...
Ventava muito e o início da noite se aproximava.
Claire estava sentada como sempre em frente ao seu computador pré-histórico - paleozóico seria mais adequado - ela observava a tela, mas estava vazia.
Não vazia de conteúdo, havia o youtube aberto bem na frente dela, ela colocou um clip bem romântico - claro, se era para estar no fundo do poço, porque não cavá-lo mais um pouco? - estava vazia dos sentimentos que ela abrigava ali, escondidos e refugiados, no seu mundo particular. Secreto.
Ela era apenas uma garota, como tantas. Que sonhava acordada, que achava-se idiota por fugir da realidade. Como ela podia estar sofrendo por algo assim?!
A pergunta martelava na cabeça dela como uma torneira vazando gota à gota, madrugada à dentro.
Mas, ela não buscava exatamente uma fuga! Ela sabia disso.
Ela buscava algo que nem ela própria entendia. Quem podia julgá-la então?
Calma! Não se culpe e condene tanto, você é normal! - Ela pensava consigo.
"Normal?" O que normal significa afinal?
Mas...Nem sempre Claire sofreu e chorou...Nem sempre foi a garota com o coração partido...
Claire e seus pais mudaram-se de NY para uma cidade de médio porte, no Estado da Califórnia. As garotas do novo colégio eram loiras, lindas e ricas (algumas eram amigas do amigo do Justin - Yes! Elas conheciam o sexy e gato Justin Timberlake! Hellooo, ali era a Califórnia!).
Claire era "morena", muuuuuito branca e com os cabelos louro-escuro e seus pais tinham pouco dinheiro. Ela era o que se podia dizer "beleza exótica". Os cabelos claros (mas não platinados quase brancos como os das "Patricinhas de Beverlly Hills), lisos e com mechas esvoaçantes desciam até o meio do dorso, os olhos verdes pareciam não estar na face correta, eram imensos e brilhantes, com uma constelação de pintinhas marrons sob eles, tornando o rosto dela divertido e sempre com "16 anos".
Logo no colegial, ela percebeu que era um pouco: diferente.
Ela não pensava nem desejava o que suas amigas queriam, ela pensava de uma maneira completa e assustadoramente diferente.
Queria ser independente, livre, viajar e conhecer culturas e o mundo. O mundo conhecerá o meu valor - ela gostava de repetir para si mesma.
Mas o tempo passou e ela agora tinha 17 anos e estava em um lugar novo, estranho, nada se encaixava. Uma nova vida...
Lembranças iam e vinham na sua cabeça, ali, deitada em sua cama, olhando o teto.
'Nunca pensei em amar, nunca foi o que eu quis para mim!' - Suspirou.
'Por que está tudo tão diferente agora? Por que me imporo tanto com isso?'
Claire estava aflita e angustiada.
Ela não era de suspirar nem desviar seu caminho por um garoto, ainda que ele parecesse com o Zac (Zac Efron - o garoto mais lindo do universo na opinião dela e de suas 99.999, 00 mil amigas!). hahaha
Porém....Agora isso parecia diferente.
Simplesmente, ACONTECEU!
Sim, sim, sim. Claire estava amando e pior! Sofrendo!
E a culpa era dela! Quem mandou deixar uma brecha? Quem mandou não lacrar bem a entrada? Ela sabia que o perigo rondava, ela viu suas amigas, uma a uma serem vítimas daquele sentimento traiçoeiro que sempre acaba em lágrimas e depressão.
Mas ela achava que era melhor, mais esperta. Ela era?!
Infelizmente, ninguém era imune àquele vírus. Principalmente ali, naquele lugar.
No máximo a pessoa era infectada, sofria horrores e torturas e depois ficava mais forte. Mas imune? Não. Ninguém.
E Claire havia descoberto isso do modo mais cruel - foi surpreendida quando menos esperava - e o fundo do poço parecia um local raso para ela.
Ela caiu, chorou, sofreu calada, em sua antiga vida, em seu antigo mundo. Ela não contou a ninguém, mas conheceu o amor. Um amor platônico - diga-se a verdade - mas ainda assim, intenso, avassalador e que ficou preso na garganta dela, até hoje...Afinal, não importa se ele nunca chegou a saber que ela o amava, ela sabia!
E neste novo mundo?
Claire seria contaminada novamente? O vírus traiçoeiro à espreitava outra vez?
'Alguém aí tem a vacina?!' - Ela queria gritar. Seria inútil.
Se alguém tivesse conseguido o antídoto para aquela agonia, devia guardar para si, e não podia-se dizer que o sujeito era egoísta, afinal, quem quer morrer depois de estar morto? Uma morte única e dolorosa na vida já é suficiente.
Agora ela estava ali...Desligou o seu amigo de lata - o computador rosa - e deitou-se, olhando o teto de seu quarto - decorado com estrelinhas neon - lembrando detalhada e masoquistamente do rosto DELE.
Sim, ELE.
Mais um ser capaz de tirá-la de órbita, de massacrar suas defesas como um menino chutando seus soldadinhos de plástico!
Ele chegou e entrou na sala como um raio de sol depois do apocalipse! Iluminando e trazendo esperança.
Esperança de que a mudança, de que ser obrigada a estar naquele lugar e com gente estranha não seria como ser lançada no calabouço de um castelo, seria como estar lá em cima, na torre mais alta e avistar um príncipe em seu cavalo se aproximar (Tá bem, exagerei, mas imagina a cena, linda não?! rsrsrs).
Ele podia ser um sinal de esperança... Mas poderia ser também um aviso "Acorda! Senão vai acabar parando no fundo daquele poço, lembra?".
Quem poderia prever as surpresas reservadas para ela?
“We will all laugh at gilded butterflies”
CONTINUA....
P.S. Quem ler e quiser, favor dar uma sugestão para o nome do "príncipe", deixem aqui suas sugestões
domingo, 10 de janeiro de 2010
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